O medronheiro é uma planta ornamental que apresenta um porte arbustivo de copa arredondada, podendo chegar aos 10 metros de altura. De folha persistente, produz belos e apetecíveis frutos, os medronhos, que são muito utilizados para produzir aguardente de medronho e em compotas. Possui várias capacidades terapêuticas – depurativo, diurético, anti-inflamatório, anti-séptico e adstringente. O chá das suas folhas é usado para baixar a tensão arterial.

Os medronhos, durante uma época do ano em que há pouca disponibilidade de alimento, servem de alimento a várias aves e mamíferos. São muito ricos em vitamina A e C, antioxidantes e caroteno.

Como curiosidade, a designação científica em latim, arbutus unedo, indica o seguinte: arbutos – pequena árvore; unedo – verbo latino edo (comer) + unus (um), “comer só um”, devido ao risco de embriaguez provocado pelo elevado teor alcoólico que os medronhos poderão ter e também pelo seu sabor algo desagradável, quando verdes. Todavia há quem não concorde com Lineu e refira que a origem estará na terminologia celta – arbois – que significa rude, áspero, numa alusão à morfologia dos seus frutos.

Na antiguidade, esta planta da flora autóctone estava ligada à morte e à imortalidade, tendo sido descrita por Virgílio, na Eneida, a seguinte passagem: ““Apressam-se a entrançar os caniços de um esquife flexível com ramos de medronheiro e de carvalho, erguendo um leito fúnebre sombreado de verdura”.

O medronheiro desenvolve flores brancas ou rosadas, em abundantes cachos pendentes, que florescem entre Outubro e Fevereiro e produzem um mel de elevada qualidade. Em simultâneo, entre Outubro e Novembro, amadurecem os medronhos provenientes das flores do ano anterior, nem quadro natural de beleza ímpar.

Planta de clima ameno, é originária da zona Mediterrânica, preferindo altitudes até aos 1200 metros.

A madeira do medronheiro é boa para tornear e muito resistente ao fogo, desempenhando um papel muito importante na contenção de fogos florestais, possuindo também uma elevada capacidade de regeneração. As folhas e a casca, devido à elevada quantidade de taninos, são utilizadas nos cortumes.

Através da utilização de extracto de folhas de medronheiro, uma equipa composta por investigadores gregos e espanhóis conseguiu sintetizar nanopartículas de prata. Esta técnica é rápida, barata, simples e ecológica.

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