O feto macho, que apesar do seu nome não pertence ao sexo masculino, é lindo de ver nos bosques, durante a Primavera. Forma uma camada de verdura, de tal ordem, que é impossível ver o terreno onde ele habita. Reproduz-se em duas fases: na Primavera, quem não o conheça ficará surpreendido ao ver apenas uns simples rebentos rentes ao solo, muito diferentes do que se possa imaginar, devido á grande transformação que irá sofrer em 30/35 dias, no máximo, que é o princípio da sua passagem para adulto. Todo ele é um mistério, senão vejamos: é através das próprias folhas que se reproduz, contendo umas filas paralelas com manchas azuis e salientes, que são os depósitos de esporos. No fim do Verão secam e abrem-se caindo para o chão e, no Inverno seguinte, nascem novamente aos milhares, voltando a cobrir os mesmos locais.

Descrição

De 1 a 1,20 metros, pouco mais ou menos, vivaz, com uma raiz muito forte, internamente carnosa e esverdeada. Externamente revestido de escamas amarelas, avermelhadas e lustrosas, de cheiro nauseoso. Sabor adocicado, logo amargo, um pouco adstringente. Quem quiser, também o pode cultivar, porque se reproduz com facilidade.

Habitat e localização

O feto macho existe por quase toda a Europa. Em Portugal, de Norte a Sul, em lugares sombrios e húmidos, de terra forte. Na minha zona, abunda em volta do rio Almansor e em muitos outros lugares, de terras húmidas e sombrias.

Aplicações principais

O feto macho é uma planta de grandes propriedades tenífugas e vermífugas. Antigamente, até existia muita gente que lhe aproveitava os ramos mais tenros e os comia, como se fossem espargos, porque têm um paladar muito semelhante. No entanto, a sua maior aplicação é na morte e expulsão dos parasitas intestinais, tais como ténia ou solitária, ou mesmo, simples lombrigas. Põem-se em decocção 50 gramas de folhas desta planta, em 11 de água, e bebe-se pela manhã em jejum. Ou, então, a mesma dose vai a lume, mal levante fervura, tira-se imediatamente para fora. Deixa-se de infusão, meia hora, e bebe-se em jejum. Durante o dia, apenas se deve alimentar de leite, à noite toma-se uma purga, que nunca será de produto oleoso. Existem outros meios para o mesmo fim, como as pevides de certas abóboras, como se encontra noutro local. Mas, o mais eficaz e moderno meio é o usado pelos médicos de agora, depois de transformado em cápsulas nos laboratórios, para o que indicam tomar uma de 5 em 5 minutos. Meia hora depois da última, tomar um purgante. Para se saber se realmente deu o efeito desejado, deverá o doente sentar-se num bacio ou coisa parecida, com uma pouca de água limpa lá dentro e, após ter evacuado, irá ver se saiu ou não. As suas folhas são muito higiénicas, por isso se aconselha a encher as almofadas das crianças. Também é muito útil a quem sofra de reumatismo, fazer uma cama de feto macho, depois de seco e deitar-se nela, para pernoitar ou passar algumas horas.

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