Aqui está uma planta gigante, quando adulta, com tantas e tão boas aplicações, que é impossível enumerar todas. Ou talvez não seja possível conhecê-las todas, tantas elas são. Bastante conhecida e aplicada, desde a mais antiga civilização. Muito difícil de se encontrar, mas existe nas imediações de antigos conventos, para ali trazida pelos frades que os habitavam. E a eles se deve também o que ainda resta de muitas espécies de plantas medicinais, difíceis de encontrar por outros lados. É certo que muitas destas já se evadiram destas zonas, mas não foram para muito longe.

Descrição

Chega a atingir de 1 a 2 metros de altura. Caule robusto, quase da grossura de um braço de criança, canelado, raíz bastante grossa e comprida. Folhas, no primeiro ano, largas e compridas, de tal maneira que chegam a atingir 40 cm e mais de comprimento, por 30 cm ou mais de largura, de cor verde escura na parte superior, mais claras na inferior. Flores cor de rosa, mas só no segundo ano de vida.

Habitat e localização

Europa e Médio Oriente. Em Portugal de Norte a Sul, sem nunca ter existido em estado espontâneo, era só plantada ou semeada. Hoje, com o decorrer dos tempos, já se evadiu para kilómetros de distância do seu primeiro lugar. Na minha zona só a encontrei à volta do Convento dos Monges, Serra de Monfurado, trazida para aí há muito pelos frades que o construiram e habitaram. Foram eles os arautos da medicina durante séculos. Esta ordem foi extinta, o convento está em ruinas e só as plantas que eles trouxeram se mantêm eternamente, por serem vivazes. Também a encontrei perto da Ria de Aveiro e no Parque de Merendas, em Coimbra, mas sempre nas proximidades dos antigos conventos.

Aplicações principais

Se uma criança for atacada por sarampo, a mãe deve imediatamente ferver 25 g de raízes de bardana, em meio litro de água da fonte (nunca da canalizada), deixando ferver à volta de 7 a 8 minutos, adoçar com açúcar escuro, e dar-lhe colheres de sopa de 5 em 5 min. Passadas poucas horas, a erupção será completa, mas tem que estar bem agasalhado. Ao fim de 3 dias, estará praticamente curado. Com a mesma preparação e fervendo o mesmo tempo, se pretender aumentar as doses, ou seja 50 g de raízes para 11 de água, aplica-se com êxito benendo 3 ou 4 chávenas por dia fora das refeições, na sífilis, depuração do sangue, reumatismo, gota, vesícula, eczema, todas as doenças da pele, cálculos nos rins e bexiga, úlceras do estômago, diabetes, todas as doenças de fígado e gases intestinais.

Usado externamente, favorece o crescimento do cabelo, através da seguinte preparação: 50 g de raízes para 11 de água da fonte ou da chuva. deixar ferver 5 minutos e deixar 5 a 10 minutos de infusão. Aplicar quente sobre o couro cabeludo, friccionando e abafando com lenço ou pano de lã forte, várias vezes ao dia, durante 18 dias. Doenças da garganta, sejam quais forem, em gargarejos. Tudo isto por ser uma planta com grande poder de desinfecção e bastante diurética. Toda ela tem aproveitamento, mas para uso interno, a raiz tem mais aceitação, embora as folhas verdes em cataplasmas desempenhem o seu lugar em todas as doenças da pele, desde úlceras cutâneas, tinha, sarampo, etc. Esta última pode ser combatida internamente, como já citei, e também externamente com estas lavagens ou compressas quentes em simultâneo.

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