A dedaleira (que significa “dedal vermelho”) é uma planta perene, herbácea bienal, lenhosa ou semilenhosa, que cresce nas clareiras dos bosques e desperta a nossa atenção pela sua altura, pois atinge muitas vezes, mais de um metro (média entre 0,60cms e 1,20cms). Uma dedaleira florida não se confunde com nenhuma outra planta silvestre, tal é a sua imponência. Junto do chão, as suas enormes folhas formam rosetas.

Esta planta deve o seu nome ao formato das suas flores. Além do nome dedaleira, esta planta é também conhecida como: campainha, erva-dedal, luvas-de-santa-maria, abeloura, maias, digitalina, troques e nemas.

Usada desde a antiguidade

Desde 1000 d.C. que se usa como planta medicinal, sobretudo para os tratamentos da tosse, doenças cardíacas, ataques de epilepsia, inchaço nas glândulas linfáticas e ainda para limpar, secar e cicatrizar feridas. Apesar de ser considerada uma planta medicinal, a utilização de uma dosagem exagerada, pode ser fatal, pelo que só deve usar-se sob vigilância e aconselhamento profissional. Esta planta não deve ingerir-se, pois as suas folhas têm um sabor bastante amargo e provocam arritmias, enjoos e vómitos. Como atrás referimos, em outros tempos utilizava-se para fins medicinais. Atualmente, desta planta são retiradas substâncias muito venenosas (digitalina, por exemplo) para o tratamento de doenças relacionadas com o coração, contribuindo para o melhoramento da circulação sanguínea e para a estabilização da tensão arterial.

Descrição da dedaleira

O caule é ereto e as imponentes inflorescências apresentam-se em formato de sino, pendendo de um cacho único e comprido, com cores que oscilam entre o lilás, rosa claro e o púrpura, podendo também ser brancas com manchas em tons escuros no interior. No interior das flores ocorrem manchas arredondadas. Além disso, acredita-se que estas manchas têm como função conduzir as abelhas até ao néctar das flores. As flores vão-se desenvolvendo, de baixo para cima. Floresce entre a Primavera e o Verão. Se por algum motivo a impedirem de completar o seu ciclo de inflorescência, através do corte, a dedaleira murcha, mas retorna com vigor, a fim de terminar a floração.

Os frutos apresentam-se em cápsulas que vão estreitando em direção à ponta. Já as folhas têm uma aparência rugosa, formando pequenas rosetas e em formato de língua. Na parte de trás têm uma pilosidade em tons cinzentos. Além, do seu crescimento espontâneo, pode usar-se para embelezar jardins, em vasos ou bordaduras, formando aglomerações florais muito coloridas. Como resultado, as suas cores são um chamariz para as abelhas e para outras espécies polinizadoras.

Origem da dedaleira e onde encontrá-la

Esta planta nativa da Europa Ocidental é muito frequente junto a rios e outros cursos de água. Conhece-se a sua preferência por solos ricos em húmus, húmidos e por terrenos sombrios. Gosta de climas amenos e regiões com altitude mais elevada. Pode cultivar-se, não só através de sementes, mas também por divisão da planta, pegando por “galha”.

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