O lírio-do-Gerês é uma espécie endémica e a jóia do único parque nacional português – o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
As folhas inferiores deste lírio são mais largas. No Verão, o caule vertical termina numa maravilhosa flor de corola azul-violeta. A sépala central apresenta uma franja amarela, que a distingue de outros lírios portugueses. As sementes variam em função do ano, se chove muito ou pouco. Possui uma beleza ímpar que é também o motivo do seu estado de vulnerabilidade e declínio. As suas cores vivas que contrastam com a aridez dos montes envolventes tornam-ma um alvo apetecível para coleccionadores, que os colhem de um modo desregrado, tanto para coleccionar como para trocar e vender. Devido ao seu estado de especial vulnerabilidade, em Espanha, está-se a trabalhar na hipótese técnica de os clonar ou propagar in vitro.
A designação “boissieri” é uma homenagem a Pierre Edmond Boissier, o botânico suíço que durante vários anos estudou e descreveu várias espécies endémicas da Península Ibérica.
É uma planta herbácea monóica e bolbosa, que pertence à família Iridaceae e pode medir entre 12 e 50 cm de altura.
É uma das mais raras e belas plantas endémicas da Península Ibérica. Um verdadeiro símbolo da conservação da natureza. A sua distribuição ocorre apenas no noroeste peninsular, sobretudo no PNPG, Serras do Gerês e da Peneda, com povoamentos de baixa densidade observando-se também alguns exemplares isolados na Galiza.
Prefere solos ácidos, entre os 600 e os 1300 metros de altitude, localizando-se nas clareiras de matos secos, sobretudo nas escarpas e fendas das rochas graníticas, em solos simples, mas muito vulneráveis. É uma espécie protegida por legislação europeia.
Um dos momentos mais aguardados do ciclo de vida desta planta ocorre nos meses de Maio e Junho, aquando da sua floração, quando estes belos e fascinantes exemplares coloridos ornamentam o paraíso do Gerês.
O lírio-do-Gerês tem um valor científico muito elevado. Devido às exigentes condições endógenas para a sua propagação, não pode ser cultivado fora do seu meio natural.
Está fantástica planta foi identificado no Gerês no início do século 20. Quase um século depois, foi também descoberta na Peneda, no extremo oposto deste parque nacional, numa zona de protecção ambiental bastante elevada, onde anos antes tinha ocorrido um incêndio, facto que revela a sua forte capacidade de sobrevivência. Se por um lado representa uma mais-valia ambiental, por outro representa um acréscimo na responsabilidade de a proteger.