A viperina (echium vulgare) é uma planta anual ou bianual que desperta a nossa atenção pela magnitude das suas inflorescências em espigas escorpioides, de Março até Agosto. Inicialmente, as flores, com cinco pétalas pontiagudas, na fase dos botões, apresentam tonalidades cor-de-rosa e avermelhadas, passando depois de abertas a tons mais azulados. A título de curiosiddae é devido à presença do elemento químico – anthosyanis – que as flores à medida que vão envelhecendo alteram a cor, de violeta para roxo. Além disso, esta alteração é um sinal para os insectos polinizadores de que, nesta fase, já se encontram desprovidas de néctar. Devido às suas cores e abundância de pólen, costumam atrair muitas abelhas, borboletas, abelhões e outros polinizadores.
Esta planta pode atingir facilmente 1 metro de altura. Quer o caule da viperina, quer as folhas compridas, estão cobertos por cerdas que picam. Ao nível das características das folhas, por um lado, as folhas caulinares são sésseis, por outro, as basais são pecioladas, em tons de verde-prateado.
O habitat da viperina
Em termos de habitat, a viperina é nativa dos climas temperados e mediterrânicos da Europa. Prefere solos calcários, locais secos e zonas de entulho, falésias e terras de pousio, sendo também frequente nas bermas dos caminhos e das linhas dos caminhos-de-ferro. Adapta-se a solos pobres e resiste bem à seca e à força do vento, não tolerando excesso de água. Suporta o frio noturno, mas gosta de dias ensolarados.
Existem várias crenças sobre esta planta, relacionadas com a sua suposta capacidade para atrair víboras ou para curar picadas das mesmas (segundo se acreditava na Idade Média). Todavia, a origem do seu nome está apenas relacionada com os seus estames. Os estames assemelham-se à língua de uma víbora e seus frutos que se parecem com a cabeça de uma víbora. As flores da viperina contêm échiine – um veneno paralisante que poderá provocar uma reação localizada.
Por outro lado, a viperina é também conhecida como soagem, erva-viperina, língua-de-boi e víbora, entre outros nomes.
No primeiro ano de vida, a viperina desenvolve primeiro uma roseta basal de folhas estreitas e, em seguida, no segundo ano, desenvolve as inflorescências. Após essa fase da floração e da maturação dos frutos, a planta acaba por secar e morrer. A partir daí, rebenta espontaneamente e o ciclo bianual repete-se. Além disso, devido ao ser formato, quer as flores, mas sobretudo os frutos da viperina assemelham-se à cabeça de uma víbora, daí a origem do seu nome.
Há quem consuma as folhas da viperina cruas em saladas, por acreditarem que possuem propriedades afrodisíacas. No entanto, convém salientar que são ligeiramente tóxicas, pelo que não se aconselha a sua ingestão.