A alface-do-monte (andyala integrifolia) é uma planta herbácea, bienal ou vivaz, muito comum em todo o território continental de Portugal (espécie nativa), estendendo-se até aos Açores (como espécie introduzida). Poderá atingir uma altura de entre 30 a 70 centímetros e possui tonalidades esverdeadas e amareladas. Apresenta uma raiz grossa e caules com tomentos e delgados. Os caules costumam ser solitários, de aspecto simples ou muito ramificado.

Os pelos curtos e densos dão a esta planta um aspecto esbranquiçado. A sua função é, sobretudo, refletir a luz do sol, permitindo à planta suportar a radiação solar. As folhas dispostas no caule de uma forma alternada, apresentam aspecto alongado, são onduladas ou planas, com cerca de 6 a 7 centímetros de cumprimento.

Além disso, as inflorescências reunidas em forma de capítulos apresentam flores liguladas em tons de amarelo.  As flores são hermafroditas. Os capítulos estão dispostos em cachos (como pode ser observado na imagem abaixo). A época de floração ocorre entre os meses de Junho e Agosto, após a qual se desenvolvem os frutos, de aspecto oblongo e com pelos acinzentados, que favorecem a sua dispersão através da ação do vento.

Onde encontrar a alface-do-monte

Esta planta hemicriptófita pode encontrar-se nas bermas de caminhos, em terrenos incultos ou de pousio, muros e pastagens de gado e outros campos agrícolas. Prefere, sobretudo, locais com uma boa drenagem e locais secos, arenosos e até com algumas pedras. Além disso, resiste bem ao frio e às geadas, suportando temperaturas até cerca de -4ºC. À semelhança de outras plantas silvestres, atrai grandes quantidades de abelhas, borboletas e outros insectos benéficos.

Outras utilizações da alface-do-monte

Além de se utilizar como ornamental, a alface-do-monte poderá ter outro tipo de utilizações, nomeadamente, através das sua propriedades medicinais, com efeitos adstringentes, cicatrizantes, analgésicos e desinfetantes. Além disso, as folhas novas, colhidas não só no Outono, mas também no Inverno, podem ser utilizadas em saladas.

Às vezes, dependendo das regiões, a alface-do-monte é também conhecida como tripa-de-ovelha, chaveiro lanoso, bofe-de-burro, flor-de-coelho, camareira, goivo, alfavaca, perna de cachorro, alface-dos-calcários e erva-polvilhenta.

Por fim, convém lembrar que se trata de uma planta de elevada toxicidade devido à presença de cianeto de hidrogénio no seu látex, um elemento paralisante do sistema respiratório. O látex é a secreção esbranquiçada que ocorre quando o caule da planta é ferido e a sua função é de reparação e cicatrização da mesma, através do processo de oxidação.

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