Árvore de grande porte conhecida em todo o país. O seu fruto – a castanha – é um bom alimento, possuindo muita fécula, sais e vitaminas A, B1, B2 e C. Todos os anémicos, tuberculosos e debilitados deviam comer com frequência farinha de castanha, por ser digestiva. Castanhas inteiras devem-se comer sempre cozidas ou assadas, cruas são mais indigestas e prejudicam os estômagos fracos. O valor energético das castanhas é de 224 calorias em fresco, e depois de secas ou piladas de 380 calorias por 100 g. A sua textura, depois de cozidas, não irrita o tubo digestivo. A sua utilização remonta à pré-história. É originária da antiga Pérsia (Irão), mas depressa se propagou ao nosso mundo. Examinando antigos livros, comprova-se que a castanha serviu, durante muitos séculos, de alimento base aos povos, em marés de crise, não só do Médio Oriente, como também aos da zona do Mediterrâneo, salvando-os de morrerem à fome, por vários períodos. Foi mesmo o alimento preferencial da Itália, até aparecerem as batatas. Também séculos atrás, tinha sido muito apreciada pelos romanos, os quais lhe deram continuidade, aumentando a sua cultura. No entanto, os diabéticos não a devem comer.
Descrição
É uma árvore de grande porte e longa vida. Chega a atingir 20 a 30 metros de altura. Tronco robusto que, quando atinge os 600 anos para cima, se torna oco por dentro, formando uma espécie de caverna em ponto pequeno. Chega a viver 1000 anos e mais, se gostar do terreno onde se instalou. Folhas compridas de 15 a 20 cm de comprimento. Partes utilizadas: casca, frutos e folhas.
Habitat e localização
Em quase toda a Europa e, de há anos para cá, em quase todo o mundo, embora a sua preferência seja na Ásia. Em Portugal, é na Beira Baixa e em Portalegre que existe com mais frequência, embora esteja espalhado de Norte a Sul do país. No concelho de Montemor, onde existe com mais abundância é na Quinta da Torre, encosta da Serra de Monforado. Foi para lá trazida, há muitos anos, pelos monges da ordem religiosa de S. Paulo.
Aplicações principais
Examinando a composição das castanhas, pode-se concluir que o seu teor em celulose é fraco e não irritam o tubo digestivo. Bom alimento para o Inverno. Bastante ricas em hidratos de carbono e poucas proteínas (menos que os cereais). Contém magnésio e silício. Não se deve considerar a castanha como uma simples sobremesa, devido a ser bastante alimentícia. Boa para combater a arteriosclerose e a hipertensão arterial. Boa para o desenvolvimento e calcificação dos ossos e, também, para todas as doenças do cabelo. No entanto, é sempre bom tirar as peles que as envolvem, as quais são prejudiciais à saúde. A farinha da castanha é boa também no combate às diarreia e para aumentar o leite às mulheres que têm crianças pequenas. A curiosidade deste fruto é que depois de assadas nas brasas, ou cozidas durante 3/4 de hora, conservam intactas as suas vitaminas principais. As suas folhas e a própria casca da árvore são muito úteis no combate a certas doenças, tais como: caspa, lavar o cabelo com a água onde elas tenham fervido e abafar. Para a diarreia, tomar 5 chávenas de uma infusão da casca, 40 g, 11 de água, ferver 10 minutos, adoçar com mel e sumo de limão, mas pouco. Para faringites, fazer gargarejos com a água das folhas cozidas. Para as hemorroidas, tomar banhos com a água das folhas 60 g por 11 e beber 3 chávenas de chá de casca por dia, fora das refeições, 30 g por 11 e deixar ferver. Para o reumatismo, tomar chá das folhas secas, 40 g por 11. Para a tosse, beber infusão quente de folhas secas, doce com mel.