As orquídeas silvestres europeias são consideradas plantas herbáceas vivazes. A parte subterrânea da raiz fica viva durante alguns anos, permitindo-lhe renovar a estrutura aérea a cada ano. As estruturas subterrâneas, compostas por rizomas e tubérculos servem para captar e armazenar os nutrientes a partir do solo. A nível aéreo possuem um caule simples, normalmente em formato circular. As folhas podem apresentar-se ovadas ou lanceoladas, caulinares ou basilares. Devido à forte presença de clorofila, a maioria das flores apresentam tonalidades verdes. A excepção ocorre nas orquídeas saprófitas, que não possuem o pigmento da clorofila.

Se há algo que distingue as orquídeas de outras plantas, é sobretudo o formato das suas flores. Estas possuem seis peças florais – três sépalas e três pétalas. No processo evolutivo e como forma de se adaptarem aos insetos polinizadores, duas das pétalas foram ficando mais pequenas. A terceira pétala, conhecida como labelo, tem um aspeto diferente, é maior, apresenta cores diferentes e desenhos. Algumas florescem em Dezembro, mas a floração da maioria das espécies ocorre entre Março e Maio. As folhas são alternadas.

Atualmente não existe muita bibliografia sobre as orquídeas silvestres. Para abordar esta temática é necessário possuir bastantes conhecimentos técnicos sobre botânica, além de uma grande paixão sobre essas magníficas plantas. Um conhecimento mais aprofundado só é possível através de muita observação no terreno, implica muitas visitas a vários locais, entre montanhas e planícies, e em diferentes estações do ano e mesmo em diferentes anos, pois existe uma grande variedade de plantas. Dentro do género das orquídeas existem cerca de 850 variedades e mais de 20.000 espécies diferentes.

Dentro das espécies das orquídeas existem muitas e variadas alterações genéticas e morfológicas. Toda esta diversidade enriquece o valioso e maravilhoso património natural que aquelas representam.

As orquídeas enquadram na família das orquidáceas, que em termos de evolução são consideradas das plantas mais jovens a habitar a terra, entre 20 a 30 milhões de anos. Tudo indica que a sua origem terá acontecido na Ásia. Estas plantas apresentam uma extraordinária beleza, que resulta sobretudo através da sua diversidade e complexidade floral, maximizada pelas diferentes cores, formas e odores, que têm como objetivo primordial a atração dos insetos polinizadores.

Embora existam um pouco por todo o mundo, os locais de maior concentração de orquídeas são as zonas tropicais e adjacentes e, é também aí que existe uma maior variedade, atingem maiores dimensões e uma maior diversidade cromática.

Muitas vezes pensa-se que as orquídeas são apenas flores tropicais e exóticas, no entanto, há muitas espécies que se localizam fora dos trópicos e das regiões subtropicais. Em Portugal, por exemplo, há muitas variedades de orquídeas terrestres endémicas, cerca de 80 espécies, distribuídas por vários ecossistemas.  É possível encontrá-las em vários locais, quer em Portugal Continental, quer nas ilhas da Madeira e dos Açores. Podem ser observadas, tanto em solos calcários como alcalinos. Dependendo da espécie, há orquídeas floridas em todas as épocas do ano.

A identificação das orquídeas nem sempre é fácil, pois estas plantas além de apresentarem uma estrutura complexa, são muito suscetíveis de sofrer processos de hibridização. As orquídeas mais frequentes podem reconhecer-se de uma forma relativamente fácil, com um pouco de conhecimento e observação, mas outras necessitam de grandes conhecimentos técnicos, sobretudo aqueles que possuem elementos que podem levar a confusão com outras muito semelhantes.

As orquídeas são plantas vasculares que apresentam flores e frutos. Como são produtoras de sementes enquadram-se nas espermatófitas, mas também se enquadram nas angiospérmicas, por possuírem óvulos e as sementes dentro do fruto.

2 Comments

  1. Parabéns pelo site!

    Desejo-lhes sucesso.

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