A origem do gado barrosão não é de todo conhecida, no entanto, vários autores, ao longo dos tempos, associam-na ao Norte de África (Vale do Nilo), pois naquela região encontram-se animais com características muito semelhantes. A sua chegada à Península Ibérica poderá ter ocorrido durante a ocupação dos mouros.
As vacas barrosãs são uma raça autóctone das terras altas da região Norte de Portugal. Estas habitantes ancestrais são na região de Barroso os herdeiros naturais de um património genético autêntico e genuíno. Destaca-se também pela elevada qualidade da sua carne, que é o resultado de uma combinação estreita entre os métodos de maneio utilizados, muitas vezes em modo semi-selvagem, e a sua genética.
Estes fantásticos animais alimentam-se de pastagens naturais, conhecidas como “lameiros” na região de Barroso e também nas serras agrestes envolventes. Estão muito bem adaptadas às zonas de montanha. Além do concelho de Montalegre e Boticas, no Distrito de Vila Real, esta raça autóctone encontra-se espalhada por muito outros concelhos próximos, sobretudo na região do Minho e Porto:
Distrito de Braga: Concelhos de Braga, Amares, Cabeceiras de Basto, Vieira do Minho, Terras de Bouro, Fafe, Celorico de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde e Guimarães;
Distrito de Viana do Castelo: Concelhos de Melgaço, Monção, Arcos de Valdevez, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Valença do Minho e Paredes de Coura;
Distrito do Porto: Paços de Ferreira e Felgueiras.
A “carne Barrosã – DOP” destaca-se pelo baixo teor em colesterol, pelos antioxidantes e pela presença de ácidos gordos insaturados, ómega 3 e ómega 6. Estas propriedades conferem-lhe benefícios para os consumidores, ao nível do sistema imunitário, do sistema cardiovascular e, ainda, com efeitos anti-carcinogénicos.
No século XIX, a carne barrosã era muito famosa entre os consumidores ingleses, de tal modo que, em alguns restaurantes britânicos, ainda hoje, se encontram referências ao “portuguese beef”.
Os animais de raça barrosã são muito dóceis e distinguem-se facilmente pela sua grande armadura, quase vertical em forma de lira e pelas suas formas harmoniosas.
Durante muitos anos serviram como força de trabalho. Com a crescente mecanização da agricultura foram sendo substituídas pelas máquinas, conservando apenas a sua aptidão para a produção de carne.