O eucalipto é uma árvore de grande porte, de que existem centenas de espécies. A mais empregada na medicina é a que tem as cápsulas grandes, em jeito de triângulo (Eucalyptus globulus Labill.). A espécie que abunda na nossa região, e que tem cachos de cápsulas pequenas, não é tão boa. Por isso, deve preferir-se a outra, como já citei. É esta uma das árvores mais resistentes e que melhor se adaptam às regiões montanhosas, purificado a sua atmosfera.

Descrição

Tronco erecto, quase vertical, se for limpo dos ramos novos, chegando a atingir 30 a 40 metros de altura. Casca acinsentada e lisa. Folhas novas quase cor de cinza. As outras de um verde claro, grandes e compridas. Flores cor-de-rosa salpicadas de branco. Cápsulas triangulares, do tamanho da cabeça de um dedo. O outro, mais inferior, tem cápsulas pequenas, em cachos com 10 a 15 cm de comprimento. Utilizam-se todas as partes, as folhas e as cápsulas.

Habitat e localização

O eucalipto é originário da Tasmânia e é uma árvore praticamente nova para nós. Apenas há cerca de 180 anos a trouxeram para o nosso país e para os outros da Europa. Hoje, encontra-se na América Central e Sul e por quase todo o mundo civilizado. Em Portugal, em bermas das estradas, em matas e sobretudo em terrenos onde a outra vegetação não se dá bem, como em sítios altos. Não tem preferência para se criar e viver, quer seja em lugares húmidos ou secos. No entanto, onde habitar, mais nenhuma outra o pode fazer, porque lhe vai roubar toda a humidade que exista naquela zona e depressa a mata.

Aplicações principais

São inúmeras as utilizações do eucalipto. Toda a gente o devia saber e usar. No entanto, são as folhas dos ramos mais velhos as que têm mais utilidade e que se devem usar, porque são as que têm, em maior quantidade, uma essência de nome eucaliptol, que é a principal virtude para todas as suas aplicações medicinais. Combate as doenças de cabelo, em lavagens com a sua água, onde tenha fervido uma mão cheia da sua rama, durante 5 min., à noite e, em seguida, abafa-se bem. Este tratamento faz-se durante 18 dias. Febre e anginas de peito: aspira-se o vapor durante 10 minutos, de boca aberta e de cabeça tapada por uma manta ou cobertor, para o vapor não se ir para a atmosfera. Catarros dos brônquios, asma e tuberculose: o mesmo processo, tudo com vaporizações, de boca aberta e cabeça e tronco tapados da mesma forma. Para ajudar mais, também é boa uma infusão de 20 gr de folhas verdes em 11 de água, deixar amornar e beber 1 a 3 copos por dia, entre as refeições. Contra as lombrigas: chá em jejum. Os cigarros feitos com folhas de eucalipto, quase torradas e pisadas, dão excelentes resultados em doenças das vias respiratórias. Os gargarejos, com a água onde as folhas tenham fervido, curam as feridas da boca, inflamações da garganta e brônquios. É um remédio tão radical que se o fizerem três vezes ao dia, 5 ou 6 dias seguidos, a cura será completa, embora haja casos que só 3 ou 4 dias chegam, para atingir esse fim. Todas as doenças do nariz e ouvidos, também com vaporizações e cabeça tapada. Até os próprios insectos se afugentam de um lugar onde estiver um ramo pendurado. Também na diabetes e para as vias urinárias, presta grandes serviços a quem tiver esses males, em chá 2 vezes ao dia. Ainda na rouquidão e em todas as espécies de tosse, em vaporizações. Nas doenças das mulheres, em irrigações. No tifo, em chá e no sarampo, em banhos constantes e abafar. Em úlceras cutâneas, ou seja, feridas à superfície da pele, da seguinte forma: coloca-se a água de 3 ou 4 panelas, onde as folhas tenham fervido, bem quente mas que não queime, dentro de uma banheira e fica-se a dar lavagens por todo o corpo, durante 10 minutos. Por último, também se pode preparar um xarope muito bom para combater toda a espécie de tosse nas crianças e adultos: 6 gr de folhas em 150 dl de água da fonte, deixando ferver 20 segundos. Depois, deixa-se 10 minutos de infusão e adoça-se com mel. Toma-se várias vezes ao dia.

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